Fazer de vós a glória das paixões
Falar de amor com a tal exaltação
Que arrebata todos os corações
Quando se invadem dessa comoção

Perdoem-me, meus versos, se eu falhei
Ao dar em vós expressão à caridade
E ao aduzir-lhe o valor do perdão
Quis convincente ser, à saciedade
Mas fui parco ao falar de redenção

Perdoem-me, meus versos, se a revolta
Nem sempre vos marcou no que escrevia
Ao querer denunciar tanta vileza
Mas fui fraco ao dar voz ao que sentia
Porque esta se embargava p’la tristeza

Perdoem-me, meus versos, eu quisera
Fazer de vós a força da justiça
Que mitigasse a fome a que a tem
E que a paz transformasse em sã premissa
Para o futuro do mundo que aí vem

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