terça-feira, 19 de julho de 2011

Slow Sex (vídeo: Nicole Daedone)

Até mesmo numa cultura na qual os brinquedos sexuais são um segmento próspero e Oprah Winfrey discute como ter uma vida melhor no quarto, uma comunidade mista dedicada ao orgasmo feminino beira o extremo.

A fundadora do One Taste Urban Retreat Center, Nicole Daedone, vê a si mesma como a líder do movimento slow-sex, ou movimento do sexo lento, que enfatiza quase que exclusivamente o prazer feminino - no qual o amor, o romance a até o flerte não são necessários.

"Em nossa cultura, admitir a importância de nosso corpo é quase como admitir um fracasso", diz Daedone, 41 anos, que pode citar a poeta Mary Oliver e falar ironicamente sobre as complexidades da anatomia feminina com a mesma autoconfiança. "Não acho que as mulheres serão verdadeiramente livres antes de conquistarem sua sexualidade". Um grupo formado por 38 homens e mulheres - com média de idade de vinte e tantos anos - vive em tempo integral no centro de retiros, um prédio despretensioso e elegante, com pé direito alto, situado no distrito de South of Market. Eles preparam as refeições juntos, praticam ioga e meditação mindfulness e conduzem workshops sobre comunicação para grupos de fora de até 60 pessoas. Porém, a atividade primordial do grupo, identificada no calendário do site pelo misterioso nome de "prática matinal", é aberta somente aos moradores do centro. Todos os dias, às 7 da manhã, enquanto o resto dos EUA está comendo cereal matinal ou tentando enfrentar um engarrafamento sem ter falta de ar, cerca de uma dúzia de mulheres, nuas da cintura para baixo, deitam-se com os olhos fechados numa sala com cortinas de veludo, enquanto os homens, vestidos, se aconchegam a elas, acariciando-as num ritual conhecido como meditação orgástica - "OMing", para os íntimos. Os casais, que podem ou não estarem envolvidos emocionalmente, chamam uns aos outros de "parceiros de pesquisa". Uma comunidade dedicada a que homens e mulheres criem em público "o orgasmo que existe entre eles", segundo definiu uma moradora, pode soar como a mais nova piada da Califórnia. Mas, a região de Bay Area tem uma história vívida e notável de buscadores que constroem suas vidas em torno da aventura sexual.

San Francisco tem orgulho de sua herança libertina, como Sean Penn demonstrou recentemente em "Milk". A busca pela transformação pessoal, inclusive através do sexo, levou para o litoral as banheiras quentes do Esalen Institute, em Big Sur - berço do movimento do potencial humano. Nos anos 60, as comunidades floresceram na cidade, muitas delas incorporando o amor livre. O centro One Taste nada mais é do que a mais recente estação desse metrô sexual, entrelaçando as linhas da liberdade individual radical, da espiritualidade oriental e do feminismo. A ideia de uma comunidade sexual de San Francisco voltada para o orgasmo feminino faz parte da longa e rica história de mulheres que assumiram sua sexualidade e a tornaram pública", diz Elizabeth A. Armstrong, professora de sociologia da Universidade de Indiana, que vem estudando as sub-culturas sexuais de San Francisco.

Assim como outros líderes de comunidades, a líder do centro One Taste, Daedone, tem uma personalidade polarizadora e seus admiradores a veneram como diva sexual, embora alguns ex-membros afirmem que ela exerce um poder meio religioso sobre seus seguidores. Segundo eles, algumas vezes ela chegava a sugerir enfaticamente quem deveria se envolver com quem.

"Sempre tinha uma pressão em relação aos limites das pessoas", diz Judy Silver, que morou no One Taste por três anos e meio e saiu no outono passado. "Todos sabíamos que era um lugar da pesada, e entramos para jogar duro".

O grupo não atraiu muita atenção durante seus quatro anos e meio de existência - talvez porque esse tipo de comunidade já não cause nenhuma surpresa para os moradores de San Francisco - apesar de ter causado alguma sensação quando o jornal The San Francisco Chronicle trouxe uma matéria sobre as aulas de ioga sem roupa do grupo (sem fins sexuais). Muitos voyeurs não praticantes de yoga apareceram por lá depois disso. Agora as aulas ocorrem com os alunos vestidos. O One Taste atrai um público eclético. Algumas pessoas estão em períodos de transição, como o engenheiro de 50 anos e rosto angelical do Vale do Silício, divorciado recentemente, que disse que a prática de fixar sua atenção em um ponto minúsculo do corpo da mulher melhora sua concentração no trabalho. A maioria dos moradores é de jovens buscadores, que procuram preencher um vazio interno e se fortalecer através do que Daedone prega: uma mistura de sexualidade e espiritualidade centrada na mulher. Uma das residentes, Beth Crittenden, 33 anos, cresceu entre as plantações de tabaco do conservador estado de Virgínia, um lugar onde, segundo ela, a anatomia feminina nunca era discutida e a masturbação era algo que não podia ser mencionado. "Eu nunca tinha feito nada, mesmo no cair da noite", disse ela.

Ela acabou indo parar no prédio do One Taste na rua Fulton, com seus sofás macios e aconchegantes, e matriculou-se no curso de auto-prazer da mulher - pois seus relacionamentos com os homens "acabavam sempre batendo num muro de cimento", disse ela. Ela resistiu às ofertas de ingressar em novos cursos (por uma taxa), deletando as incessantes mensagens de e-mail que recebia do centro. Mas, às vésperas de seu 29º aniversário, ela voltou, hesitante. "Eu estava com medo de abrir tanto minha vida, mas estava com mais medo ainda de não fazê-lo", disse ela. Agora que é uma instrutora, Crittenden fala sobre "a velocidade lenta do meu desejo e minha hesitação em ceder a ele". Outra integrante do centro, Racheli Cherwitz, 28 anos, passou anos lutando contra a anorexia e o alcoolismo, segundo ela própria disse. Na busca de sua identidade, mudou-se para Israel e se tornou uma judia ortodoxa. Descobrir a One Taste, disse ela, melhorou sua auto-imagem e deu a ela um "profundo acesso físico à mulher que sou e à mulher que quero ser". Cherwitz viaja para Nova York e oferece treinamento particular sobre sensualidade numa filial do One Taste na Grand Street. Ela diz que muitos de seus clientes são casais de judeus ortodoxos do Brooklyn.

No mundo do One Taste, homens e mulheres fazem um estranho pacto impessoal. Não há contato visual durante a meditação orgástica. A idéia, similar ao sexo tântrico do budismo, é prolongar o clímax sensorial e compartilhá-lo publicamente antes de conseguir a "aceitação" - termo usado pelos moradores, que costumam falar através de jargões, para definir o orgasmo. Apesar de os homens não serem tocados pelas mulheres e não chegarem ao orgasmo, eles dizem vivenciar uma sensação de energia e saciedade. Tanto os acariciadores quanto as acariciadas insistem que o verdadeiro propósito do OMing é uma "hidratação" do ser, é a conexão humana e não o sexo.

Reese Jones, investidor de risco namorado de Daedone, compara a meditação orgástica a uma massagem. "É um procedimento para nutrir o sistema límbico, como o ioga ou o pilates, nada mais que disso", diz. "Quando você vai fazer uma massagem", disse ele, "você não leva a massagista para jantar depois". Grande parte da atmosfera da comunidade gira em torno de Daedone, uma mulher de charme considerável, apesar de seus detratores a verem como uma mestra em manipulação. "Nicole lê as pessoas", diz Marci Boyd, 57, a moradora mais velha do grupo, usando uma frase do livro "Stranger in a Strange Land", de Robert A. Heinlen, que significa entender alguém tão completamente que o observador se funde com o observado. Daedone insiste que ela não gosta e não pede pela imagem de toda poderosa. Há um potencial muito forte que isso se torne um culto. Ela deixou recentemente sua moradia na comunidade, em parte para lutar contra essa tendência. "Sempre que eu estava no centro, todo mundo me tratava como um guru", disse ela. "Eu acordava e as pessoas vinham sentar-se na minha cama". Agora ela mora com Jones, seu namorado, que vendeu sua companhia de software, a Netopia, para a Motorola por US$ 208 milhões, e fornece recursos financeiros para o One Taste, ajudando inclusive a comprar uma sede de retiros em Stinson Beach, na Califórnia. Daedone quer que o One Taste saia do eixo alternativo e para isso o centro oferece ensinamentos de rabinos e monges tibetanos, junto com aulas públicas e cursos sobre "sexualidade consciente".

Entretanto, é difícil imaginar que o One Taste se torne uma tendência. Num curso de final de semana realizado recentemente no centro, onde uma enorme platéia de homens e mulheres estava interessada em aprender a meditação orgástica, Daedone resumiu sua filosofia. "Em nossa cultura", disse ela, sentada sobre uma almofada com uma aura quase divina, "as mulheres têm sido condicionadas a terem uma sexualidade fechada e uma abertura de sentimentos, e os homens têm uma sexualidade aberta e os sentimentos fechados. Existe esse lugar enorme de resistência e vergonha". Logo depois, os aspirantes à prática do OM, incluindo um casal de Marin County que esperava reacender a chama de seu casamento, reuniram-se no chão em volta de uma cama de massagem. Justine Dawson, uma bela moradora da comunidade, de 34 anos, tirou seu roupão e subiu na maca. Outro morador, Andy Roy, 28, começou sua tarefa, com uma concentração tão intensa que começou a transpirar. Os presentes foram instruídos a ventilar seus sentimentos e muitos o fizeram, descrevendo a excitação que eles, também, estavam sentindo.

Cleópatra moderna
Quando a sessão terminou, Dawson emanava um resplendor digno de um Caravaggio, uma inocência juvenil. Em outro contexto, aquele poderia ter sido um momento profundo e romântico entre dois amantes. Em vez disso, uma imagem diferente me veio à mente: a entrevista pós-coito de Howard Cosell, segurando um microfone, no filme "Bananas", de Woody Allen.

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AMOR NÃO É SENTIMENTO

Data estelar: Sol e Vênus em trígono com Netuno; Lua que cresce em Libra será Vazia, das 6h16 às 17h54, horário de Brasília.

Enquanto isso, aqui na Terra, se cada ser humano dedicasse alguns minutos todo dia para tirar o amor da prateleira teórica, aplicando-o de forma prática nos relacionamentos, trabalhos e tarefas cotidianas, a evolução se processaria com velocidade vertiginosa, e o tamanho das desgraças e convulsões diminuiria drasticamente.

O que é praticar amor?

Distribuir energia, que é o contrário de tudo que nossa civilização predatória ensina.

Distribuir energia significa você irradiar influência em vez de recebê-la, prestar serviço ao invés de exigir ajuda, oferecer boas vibrações no lugar de se afetar com as péssimas que circulam por aí, acolher as diferenças em substituição a destacá-las.

Amar não é sentimento, amar é pura ação efetiva que tende à integração.

Quiroga
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