terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A hora da bicicleta: uma lição lá de fora - Henrique Andrade Camargo

Há cerca de um ano, minha mulher e eu tomamos uma ótima decisão: ir ao trabalho de bicicleta. Mesmo atendendo bem a população, não dá para dizer que é um deleite usar o transporte púbico aqui de Londres. Muito cheio e, no caso dos ônibus, irritantemente lento. Comprar um carro estava (e ainda está) fora de questão. Seguros, impostos, taxa disso e daquilo encarecem o custo do automóvel na cidade.

Além do mais, as ruas estreitas daqui tornam o trânsito impraticável e os estacionamentos não dão conta da demanda. Somado os fatores à minha protuberante barriguinha, ficou óbvio que a bicicleta era a nossa (principalmente a minha) melhor opção de transporte. É verdade que Londres está longe de ser uma Amsterdã no quesito "cidade amiga dos ciclistas". Infelizmente, bikers também morrem atropelados por aqui. Mas não dá para reclamar que faltam ciclovias. Mesmo quando não temos nossa faixa exclusiva, podemos usar as destinadas aos ônibus ou ir pelos belos parques e canais, que são caminhos mais longos, porém mais seguros e agradáveis do que o asfalto. Em resumo, há uma política pública que, se não privilegia, ao menos reconhece a bicicleta como um verdadeiro meio de transporte. Pelo que tenho acompanhado, o Brasil vai aos trancos e barrancos na mesma direção. Estive por aí na época de festas e vi com alegria as ciclovias do Rio e de Santos e o número de ciclistas fazendo jus ao espaço.

Já São Paulo foi um desgosto. Muitíssimo carro e pouquíssima bicicleta, como sempre. A poluição também é um entrave para pedalar na capital. Ao menos, há uma mentalidade ciclística que cresce cada vez mais na população. O biker exige seu lugar nas ruas. A prefeitura cria estacionamentos exclusivos e tenta interligar a bicicleta ao transporte público. Com boas e más práticas, a verdade é que ainda falta muito para atingir um nível mínimo de segurança e conforto para o ciclista brasileiro. Pode ser impressão, mas me parece que ninguém percebeu até agora que esse pode ser o melhor momento para o Brasil - talvez o mundo - fazer da magrela um meio de transporte realmente popular e matar um monte de coelho de uma cajadada só.

Temos o aquecimento global, a crise econômica mundial, o apuro das montadoras de automóveis, o aumento do número de obesos e um trânsito indecente nas grandes cidades. O cenário é perfeito para a bicicleta! Ambientalmente amigável, relativamente barata, saudável e muito mais rápida no trânsito. Não dá para ser melhor. A boa e velha vontade política tem um papel fundamental nesse jogo. Parte da população já se mostrou disposta a trocar o carro pela bicicleta. Por que não dar mais uma razão (ou duas) para que isso aconteça?

Um acordo entre governo, empresas e trabalhadores aqui do Reino Unido vem funcionando muito bem e poderia servir de exemplo para o Brasil. É o Cycle Scheme, em que o governo concede incentivos que vão de 30 a 50% do preço da bicicleta. Em contrapartida, as companhias financiam o bem e oferecem estacionamento seguro e um vestiário com chuveiro. Já o funcionário-ciclista tem apenas que se comprometer a pedalar em pelo menos 50% das jornadas que faz para o trabalho. Não é um esquema tão complicado e poderia até mesmo aumentar o número de empregos no Brasil, concedendo o benefício somente às bicicletas produzidas no país.
Henrique Andrade Camargo é jornalista e blogueiro (http://www.minhalondres.blogspot.com). Já trabalhou para a Gerência de Comunicações do Grupo Abril e colaborou com revistas como Viver Psicologia, VIP e Superinteressante. Nesta última, junto com a equipe da publicação, ganhou medalha de ouro no Prêmio Malofiej 2005, o Oscar da infografia mundial, que é concedido pela Universidade de Navarra, na Espanha.

(Envolverde/Mercado Ético) últimos comentários...
Luis Alfredo Chrysostomo Guimarães (lacguima@hotmail.com)

Olá,
esta materia mostra o que está para acontecer, a transferência da mão de obra para outros setores, como por exemplo para produção de bens que ajudam o meio ambiente. Este último passa ou passará a ser o maior gerador de empregos. Ao invés de indústria de veículos (elas não vão acabar) entram aí as indústrias de bicicletas tanto as simples como as motorizdas com motores ambientalmente corretos (podendo gerar milhões de empregos caso as pessoas comecem a procurar mais por elas). Quem sabe veículos pequenos para uma ou duas pessoas para irem ao trabalho, leves e baratos que poderiam ser elétricos, a ar comprimido ou mesmo usando biocombustíveis. Estes veículos iriam estar mais de acordo com a realidade, visto que se observarmos bem no trãnsito das grande cidades, os veículos que transportam seus passageiros para o trabalho em média não transportam mais que uma ou no máximo duas pessoas, a média deve estar entre este dois valores. Veículos menores, biciletas, isto tudo abriria espaço para o transporte coletivo que também teria mais espaço para circular e poderia ser a hidrogênio, a ar comprimido, etc, além é caro que diminuir consideravelmente o trânsito nas grandes cidades. Como podemos ver o ser humano tem uma capacidade infinita de resolver seus problemas, o difícil é mudar a sociedade para que isto ocorra. Muito bom o artigo.
Abraço,
Luis Alfred

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AMOR NÃO É SENTIMENTO

Data estelar: Sol e Vênus em trígono com Netuno; Lua que cresce em Libra será Vazia, das 6h16 às 17h54, horário de Brasília.

Enquanto isso, aqui na Terra, se cada ser humano dedicasse alguns minutos todo dia para tirar o amor da prateleira teórica, aplicando-o de forma prática nos relacionamentos, trabalhos e tarefas cotidianas, a evolução se processaria com velocidade vertiginosa, e o tamanho das desgraças e convulsões diminuiria drasticamente.

O que é praticar amor?

Distribuir energia, que é o contrário de tudo que nossa civilização predatória ensina.

Distribuir energia significa você irradiar influência em vez de recebê-la, prestar serviço ao invés de exigir ajuda, oferecer boas vibrações no lugar de se afetar com as péssimas que circulam por aí, acolher as diferenças em substituição a destacá-las.

Amar não é sentimento, amar é pura ação efetiva que tende à integração.

Quiroga
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