
Cansei de enxugar as frias lágrimas da dor.
De rezar no sagrado terço do amor e não desvendar seus indecifráveis mistérios.
Cansei de seduzir a amante ilusão para que nos braços da esperança, acalentasse os ingênuos sonhos.
Cansei de escutar os soluços do coração na alcova da solidão e sentir-me uma eterna refém da saudade.
Cansei de ver o pêndulo do relógio do tempo não mudar de lugar e seguir pelos abstratos dias.
Cansei dos suspiros da poesia, dos seus beijos molhados de fantasias lambuzados pelo mel dos desejos.
Cansei da prostituida realidade, que com os olhos da maldade me conduziu a tantos secretos labirintos.
Cansei de ser escrava de um passado ateu e de um presente que já não é meu.
Cansei de tudo... de tudo...
Do princípio... do meio e da incógnita do fim
Eu sei que vida é mesmo assim: como uma cópula.
Algumas vezes boa e em outras, simplesmente muito ruim.
Não tenha pena de mim.
Eu já me acostumei a viver assim: cansada.

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